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Crianças em frente às telas: o papel da tecnologia na educação
Representantes do governo, professores e pesquisadores da região participaram de uma sala de discussão na Rede de Especialistas em Política Educacional para debater sobre políticas de integração de tecnologias digitais na primeira infância.
Niños y niñas frente a las pantallas: una mirada desde la política pública

Em 19 de abril, foi realizada a terceira sala de discussão sobre "Crianças em frente às telas: uma perspectiva de política pública".  Estiveram presentes especialistas de 10 países da região e da África: Angola, Argentina, Brasil, Equador, El Salvador, Honduras, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

O encontro foi conduzido por Sonia Castillo, moderadora do eixo temático Primeira Infância na RED, acompanhada por Rosita Ángelo, especialista em Políticas Docentes, e Ángeles Soletic, especialista em Educação e TIC.

De que forma a tecnologia está sendo integrada à educação?

As interações com a mídia digital têm um grande impacto no desenvolvimento cognitivo e socioemocional, bem como na construção da subjetividade na primeira infância. Nesse contexto, é essencial que os Estados desenvolvam políticas sistemáticas para a integração de tecnologias digitais e intervenham ativamente na regulamentação da produção e circulação de conteúdo, a fim de evitar que o consumo cultural, que é amplamente condicionado pelo mercado e seus modelos de negócios, afete os direitos das crianças.

“O uso excessivo da tela tem efeitos sobre a identidade e a corporalidade afetiva. Há muito pouca regulamentação estatal sobre essas questões, que, além disso, operam no nível de metadados em servidores não estatais. Por esse motivo, a regulamentação terá necessariamente de ser transnacional”.

Carolina Di Palma, doutora em Comunicação e Mídia e diretora de conteúdo interativo da Pakapaka (Argentina)

Embora o panorama das iniciativas seja atualmente muito heterogêneo, está claro que as políticas educacionais na América Latina estão avançando no desenvolvimento de programas que abordam diferentes dimensões do problema. A produção de conteúdo digital e sua plataformização é a área mais amplamente desenvolvida.

Outras linhas que avançaram foram o fornecimento de infraestrutura para acesso à Internet e dispositivos digitais para o nível inicial, bem como o desenvolvimento de programas de formação de professores voltados para a alfabetização digital e a integração de conteúdo digital nas práticas de ensino. No entanto, na sala foi discutida a necessidade de aprofundar essas políticas e fornecer mais orientações às equipes de professores, não apenas para garantir o uso genuíno das tecnologias digitais em sala de aula, mas também para mediar o uso das telas fora do ambiente escolar.  

“Estudos científicos destacam a importância da autorregulação, tanto emocional quanto em termos do tempo que cada criança passa usando a tecnologia”

Ximena Zepeda, neuropsicóloga, professora e pesquisadora universitária da Escola Politécnica Nacional (Equador)

A complexidade da questão exige políticas públicas que promovam uma abordagem multissetorial - envolvendo órgãos públicos nacionais e internacionais, empresas, pesquisadores e famílias - e uma abordagem transdisciplinar - reconhecendo os pontos de vista de diferentes campos, desde a neurociência e a pedagogia até a comunicação e o marketing.

“O Plano Ceibal, com seus processos de formação e apoio, ajuda os professores a superar o "medo" de usar a tecnologia”.

Lía Fernández, doutora em Ciências da Saúde (Uruguai)

Em breve na RED

Para continuar fomentando a troca de conhecimentos entre os países da região, uma nova sala de discussão será realizada na quarta-feira, 17 de maio de 2023, às 16h (GMT -3), com foco nas políticas de recuperação da aprendizagem em Língua e Matemática na Educação Básica. As vagas para participar são limitadas e exclusivas para membros da RED. Se você ainda não é membro, conheça os requisitos e candidate-se no seguinte link red.iiep.unesco.org
 

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