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Como podemos fortalecer as políticas de melhoria da aprendizagem?
O terceiro painel do Fórum Regional de Política Educacional 2022 reuniu cinco especialistas para analisar que tipo de medidas deveriam ser implementadas para enfrentar a atual crise de aprendizagem.
Estudiante toma clases virtuales.

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O final do primeiro dia do evento teve como objetivo refletir sobre a governança das políticas educacionais a médio prazo e as competências necessárias para sua correta implementação e impacto efetivo na sala de aula.

O espaço foi moderado por Alejandra Cardini, Coordenadora de Gestão e Mobilização de Conhecimentos do Escritório para a América Latina e o Caribe do IIPE UNESCO, que explicou que o painel visava "destacar aquelas ações concretas que poderiam ser implementadas para acompanhar uma melhoria na aprendizagem e conseguir processos abrangentes sustentados ao longo do tempo".

 

 

Por sua vez, o pesquisador Axel Rivas assinalou que em nossa região há mudanças abruptas de política que tornam muito difícil o planejamento a longo prazo. Com base em suas pesquisas, Rivas afirmou que o sucesso no nível educacional requer uma abordagem flexível que evite cair em receitas tradicionais. Para isso, é preciso analisar adequadamente quais são os recursos disponíveis e como eles podem ser utilizados para progredir.

Com relação às políticas de apoio à aprendizagem, Pablo Torche, especialista em política educacional, disse que o desafio de sua implementação está em sua integração: eles devem cobrir os diferentes níveis institucionais do sistema educacional, desde as instituições centrais até as escolas. Nessa linha, Torche argumentou que o caminho da mudança não é apenas do ministério para a sala de aula, mas que ela é bidirecional e que as escolas também estão envolvidas na sua criação.

 

"Não se trata de jogar fora o sistema que conhecemos, mas de adotar aquelas questões que são um progresso e uma melhoria".

Cristian Bellei, pesquisador e especialista em política educacional.

Por outro lado, a Chefe Global de Prática de Formação do IIPE UNESCO, Beatriz Pont, destacou a falta de pesquisa sobre a implementação de políticas educacionais, o que perpetua uma visão de curto prazo. Nessa linha, a falta de conhecimento para traduzir a política em ações práticas e a falta de descrições concretas dos objetivos foram dois dos desafios listados pela Pont quando se trata de implementar mudanças no setor. Observou também um certo nível de resistência às reformas e a presença de lacunas na estratégia de implementação, deixando de lado novas e complexas abordagens de governança.

Em seguida, o pesquisador Cristian Bellei fez três perguntas retóricas de grande relevância hoje: por que é tão difícil sustentar a melhoria da escola? Que aspectos precisam ser levados em conta para que isso aconteça? A agenda atual é suficiente para enfrentar os desafios do século XXI? A esse respeito, e concluindo o primeiro dia do Fórum Regional de Política Educacional, Bellei assegurou que "o desafio hoje não é apenas tornar o sistema atual mais eficaz, mas também mudar sua orientação através de uma aprendizagem abrangente, pedagogias integrais e organização escolar flexível".

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