Data

Fórum Regional de Política Educacional: um espaço para reimaginar o futuro da educação
Na abertura da sexta edição do evento anual, diferentes especialistas concordaram sobre a necessidade de abordar conjuntamente a atual crise de aprendizagem nos sistemas educacionais da América Latina e do Caribe.
Estudiantes aprenden sobre energía eólica.

© Shutterstock

O Fórum Regional de Política Educacional 2022, realizado durante a primeira semana de outubro, teve por objetivo proporcionar um espaço virtual de diálogo e trabalho entre os responsáveis pela formulação e implementação de políticas educacionais nos países da América Latina e do Caribe (ALC). Este ano, o objetivo era rever as suposições, êxitos e erros na implementação de políticas para melhorar a aprendizagem.

Na abertura do evento, diferentes especialistas compartilharam algumas palavras de boas-vindas e apresentaram o panorama educacional atual. No início, Jordan Naidoo, Diretor a.i. do IIPE UNESCO, destacou o inestimável apoio dos governos e instituições presentes, o que permitiu que o Fórum fosse realizado mais uma vez com a colaboração de profissionais e especialistas na área da educação. Expressou que as melhorias alcançadas na reunião não só servirão para o desenvolvimento da região, mas também para o avanço do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 e da Agenda Educação 2030.

José Weinstein, presidente do Conselho de Administração do IIPE UNESCO, salientou a importância do Fórum e qualificou a crise educacional como uma questão que não poderia ser adiada. Recordando a pandemia, enumerou quatro aspectos em que a covid-19 teve um impacto sobre o sistema educacional: frequência, medidas de prevenção ineficazes, pobreza e a situação da docência.

Por sua vez, Pablo Cevallos Estarellas, Diretor do Escritório para a ALC do IIPE UNESCO, salientou a importância de não cair em certas soluções "canônicas" propostas anteriormente quando se tratava de enfrentar crises. Por essa razão, ele levantou a necessidade de uma mudança nas estratégias e idéias que têm sido propostas e implementadas há mais de 20 anos na região, sem alcançar os resultados esperados.

Em representação do Escritório Regional de Educação da UNESCO para a América Latina e o Caribe, sua diretora, Claudia Uribe, fez referência ao cenário atual e aos métodos emergentes no caminho para alcançar o ODS 4. Em sua apresentação, destacou que, durante anos, menos de um terço das e dos estudantes vem completando a escola primária com as competências mínimas para continuar aprendendo. Contra esse alarmante pano de fundo, explicou que a educação em geral não está sofrendo de uma "crise", pois não se trata de uma situação nova ou extraordinária, mas de um problema estrutural persistente. A fim de conseguir o ODS 4, Uribe insistiu na necessidade de gerar políticas baseadas em evidências que sejam sustentadas ao longo do tempo.

Para encerrar esta sessão de abertura, o assessor das Nações Unidas, Leonardo Garnier, sublinhou que, na evolução para melhorar o sistema escolar, a tecnologia propõe um paradoxo. A revolução digital abre as portas para uma educação e inclusão de qualidade, mas requer um cuidado especial para assegurar que aspectos como a conectividade, a usabilidade e a abertura do conteúdo não deixem ninguém de fora. Essa foi uma das questões levantadas na Cúpula sobre Transformação da Educação, realizada no último mês de setembro em Nova York.

Encerrando o primeiro bloco do Fórum Regional de Política Educacional 2022, Garnier disse que o custo de não financiar a educação é maior a longo prazo, portanto é essencial criar modelos onde a melhoria da escolaridade não seja vista como uma despesa, mas como um investimento. Com esse objetivo, ele salientou que a educação deve ser a prioridade de todas as pessoas, e não apenas da comunidade educativa.

Últimas publicações