Data

Novas salas de debate na Rede de Especialistas em Política Educacional da América Latina
Uma experiência de intercâmbio e trabalho regional sobre inclusão educacional em tempos de pós-pandemia
Red de especialistas - Salas de debate 2020

Com o propósito de dar continuidade aos debates iniciados no Fórum Regional 2020: “Inclusão e educação em tempos de pós-pandemia”, a Rede de Especialistas em Política Educacional do Escritório para a América Latina do IIPE UNESCO realizou sete salas de debate. Organizados na modalidade online, os encontros aconteceram entre os dias 17 de novembro e 11 de dezembro de 2020.

Membros da REDE de 19 países da América Latina – com a participação especial de convidados de Angola – compartilharam perspectivas e desenvolveram linhas de ação, de forma colaborativa, durante as sete salas, contando com a coordenação de representantes importantes da educação da região. Por unanimidade, os debates concluíram que é importante atribuir à inclusão um lugar relevante na agenda pública, promovendo o diálogo, conscientização e participação de todos os atores envolvidos. Durante os encontros, os integrantes discutiram ideias para possíveis ações e também compartilharam experiências relevantes dos países-membros da REDE.

A primeira sala de debate, denominada Leis e políticas, foi coordenada pela ex-ministra da Educação do Equador, Gloria Vidal. O encontro destacou a necessidade de dar continuidade às políticas públicas e marcos legais na região. Nesse sentido, um desafio pendente é superar as dificuldades em torno do diálogo nacional e supranacional. Agustín Claus (Argentina), coordenador da segunda sala, Governança e financiamento, explicou, após os debates em grupo, que os sistemas massivos exigem a identificação de necessidades que emergem de um contexto diverso, algo que demanda informações e recursos. Claus também destacou a importância da transparência vinculada ao direito de acesso à informação.

Na sala sobre Sistemas de informação, a cargo de Martin Scasso (Argentina), apontou-se a importância de dar visibilidade a pessoas excluídas e também a problemáticas sociais naturalizadas, o que implica uma ênfase na dimensão política da informação. Em outras palavras, a informação nunca é neutra. Ela sempre é abordada através de uma interpretação, o que significa que determinados critérios são tomados como ponto de partida. Na sala coordenada por Renato Opertti (Uruguai), que tratou de Currículo, livros didáticos e avaliações, considerou-se a importância de avançar em direção a uma abordagem abrangente do currículo, com uma perspectiva integral sobre a aprendizagem. O debate destacou a relevância da articulação em duas direções: vertical, ou seja, entre diferentes níveis educacionais; e horizontal, isto é, levando em conta conhecimentos, disciplinas e saberes que fazem parte do currículo.

Por sua vez, Cynthia Duk (Chile), coordenadora da sala Escolas, sistematizou os fatores que caracterizam instituições de ensino inclusivas, propondo discutir linhas de ação baseadas na territorialidade, diversidade e universalidade. A sala de debate sobre Estudantes, famílias e comunidades foi coordenada por Camilla Croso (Brasil), que destacou a importância do diálogo intergeracional para reconhecer alunos como sujeitos de direitos. O caminho do diálogo foi pensado como um exercício de participação de todos os atores a serviço da construção de confiança. Por último, a sala Professores, diretores e pessoal de apoio, a cargo de Lea Vezub (Argentina), discutiu sobre a necessidade de reconhecer e fortalecer redes de colaboração como parte da formação continuada, além da multidimensionalidade envolvida ao considerar, no planejamento, que existem necessidades de diversas perspectivas.

 

Conforme expressou Welinton Baxto (Brasil), membro da REDE, o debate foi muito rico. Por sua vez, Verónica Parra (Argentina), também integrante da REDE, comentou que a experiência foi tão enriquecedora que poderia ter durado mais tempo. “Eu gosto de workshops que nos aproximam de realidades tão parecidas com as nossas”, acrescentou.

Em suma, os encontros nos deixaram com o interesse de continuar celebrando espaços de trabalho conjunto, buscando construir nos nossos países uma educação mais inclusiva, equitativa e de qualidade para todas as pessoas. Por fim, gostaríamos de agradecer imensamente pelo interesse e compromisso de fazer parte da nossa comunidade de prática.


  Breve resumo

 

Sala de discussão 1: Leis e políticas

Sala de discussão 2: Governança e financiamento

Sala de discussão 3: Sistemas de Informação

Sala de discussão 4: Currículo, livros didáticos e avaliações

Sala de discussão 5: Escolas

Sala de discussão 6: Estudantes, famílias e comunidades

Sala de discussão 7: Professores, diretores e pessoal de apoio

 

  Mais informações

Convidamos os membros da REDE a reviverem as experiências compartilhadas nas sete salas de discussão celebradas em 2020. Aqueles que ainda não forem integrantes podem conhecer os requisitos para se candidatar à Rede de Especialistas em Política Educacional da América Latina.

Últimas publicações