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O primeiro painel do Fórum procurou explicar por que a região encontra-se em grande crise de aprendizagem e considerar como essa situação pode ser tratada a médio prazo. Nesse espaço, moderado pelo Chefe da Unidade de Monitoramento e Planejamento do OREALC/UNESCO Santiago, Alejandro Vera, houve uma discussão sobre as restrições que existem quando se trata de monitorar a aprendizagem. A esse respeito, foi assinalado que existe uma falta regional de informação sobre conhecimentos relacionados com cidadania global, sustentabilidade, geociência e robotização.
A primeira oradora do painel, Mariana Huepe, que é Oficial de Assuntos Sociais da Divisão de Desenvolvimento Social da CEPAL, disse que existe uma relação bidirecional entre desigualdade e educação. Nesse sentido, Huepe disse que nas áreas rurais a situação educacional é pior, porque não há transporte e os recursos são escassos, e que, em termos de raça, os afrodescendentes e os indígenas têm estatisticamente menos probabilidade de terminar a escola. O especialista da CEPAL explicou que a educação requer uma maior articulação intersetorial das políticas de saúde mental e sexual, gênero, infraestrutura e transporte, e segurança.
O Coordenador Geral do Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação da UNESCO, Carlos Henríquez, analisou então os resultados das provas ERCE e argumentou que a região está longe de atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4. Os resultados das provas de 2019 mostram que uma grande proporção de crianças não consegue encontrar a informação explícita em um texto ou usar números naturais: 2 em cada 5 estudantes do 3º ano carecem de habilidades básicas de leitura e matemática. No entanto, os alunos do 6o. ano mostram níveis positivos de empatia, abertura à diversidade e auto-regulamentação escolar.
Chi Sum Tse, analista de Educação do PISA na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fez uma apresentação sobre o nível secundário. Essa iniciativa mede como os jovens de 15 anos aplicam seus conhecimentos de leitura, matemática e ciência para enfrentar desafios reais. De acordo com os resultados, no Brasil, Chile, Colômbia e Peru houve uma melhora entre 2000 e 2008, mas a partir de 2009 o progresso estagnou. Quanto às desigualdades latentes, Chi Sum Tse mencionou que os estudantes das escolas públicas têm melhor desempenho do que os das escolas públicas, e os imigrantes têm pior desempenho do que os não-imigrantes. Portanto, ele disse que é essencial perguntar o que podemos aprender com o panorama educacional, observando os ciclos anteriores do PISA, para que os formuladores de políticas possam usar essas informações para tomar decisões baseadas em dados.
Para encerrar o painel, Alejandro Vera lembrou que a transformação educacional deve ser acompanhada de um melhor e maior investimento por parte dos Estados. Ao mesmo tempo, ele salientou que é essencial promover políticas que garantam a inclusão educacional sem baixar a qualidade, o que requer um grande acordo político para ser sustentado ao longo do tempo.